MCTI destaca resultados dos Programas Prioritários de Interesse (PPI)
O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) promoveu, na última quarta-feira (30/07), em Brasília, o evento “Programas Prioritários de Interesse (PPI) – Sua importância e resultados para o Brasil”. A iniciativa teve como objetivo apresentar os resultados mais recentes dos PPIs, fortalecer a transparência e ampliar o diálogo entre governo, academia, setor produtivo e sociedade civil. O foco foi a política pública de fomento à inovação tecnológica.
Investimentos estratégicos e impacto nacional
Durante a abertura, a ministra Luciana Santos destacou que os PPIs já mobilizaram mais de R$ 1,2 bilhão. Os recursos apoiaram projetos em áreas como microeletrônica, inteligência artificial, computação quântica, internet das coisas, mobilidade elétrica e manufatura avançada.
Além disso, ela reforçou o papel dos PPIs como instrumentos estruturantes da política de ciência e tecnologia, sempre alinhados à Estratégia Nacional de CT&I. Segundo a ministra, 45% dos recursos foram destinados às regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, demonstrando o compromisso com a redução das desigualdades regionais.
“Essa trajetória só é possível graças à articulação entre os setores aqui representados. O PPI é um exemplo concreto de como a colaboração entre governo, academia e setor produtivo pode gerar impacto direto na sociedade”, afirmou.
Nova regulamentação e segurança jurídica
Henrique Miguel, secretário de Ciência e Tecnologia para Transformação Digital, destacou o amadurecimento dos PPIs como instrumento da Lei de Informática. Ele enfatizou a importância do novo marco regulatório, que trouxe mais clareza e segurança jurídica para investimentos em áreas como blockchain, tecnologias quânticas, IA, cibersegurança e capacitação profissional.
“A nova portaria é resultado de um esforço conjunto com representantes do setor produtivo, da academia e de associações. Ela garante mais efetividade e transparência na gestão dos recursos”, declarou.
Parcerias institucionais e resultados concretos
O presidente da EMBRAPII, Álvaro Prata, apresentou os resultados obtidos pelas unidades e centros de competência que operam os PPIs. Atualmente, já são nove centros ativos, sendo oito voltados às TICs. Eles contam com mais de 140 empresas associadas, cerca de 80 projetos em andamento e mais de 5 mil profissionais capacitados.
Lisandro Granville, diretor-geral da RNP, também destacou os avanços promovidos pelos PPIs. Segundo ele, temas como 6G, redes programáveis e cibersegurança têm evoluído com os programas coordenados de Internet Avançada e Saúde Digital.
“O PPI é um organismo vivo, capaz de se adaptar às transformações tecnológicas em curso no país”, afirmou.
Formação e democratização do conhecimento
Ruben Delgado, presidente da Softex, ressaltou a importância da capacitação promovida pelos PPIs. Um dos destaques é a meta de formar 100 mil pessoas em diferentes níveis de conhecimento. Ele citou iniciativas como o projeto Hackers do Bem e o desenvolvimento de tecnologias como a tomografia baseada em fotônica de baixo custo.
Delgado defendeu ainda a ampliação da visibilidade dos resultados. Para ele, o modelo de articulação institucional contribui diretamente para a democratização da inovação e da formação tecnológica em escala nacional.
Avanços e perspectivas
Hamilton Silva, diretor de Incentivos às Tecnologias Digitais do MCTI, destacou os PPIs como peça-chave para o avanço tecnológico do Brasil. O diferencial, segundo ele, está na capacidade de viabilizar ações estruturantes em rede, com abrangência nacional e foco em áreas estratégicas como design de chips, inteligência artificial e cibersegurança.
Ele também lembrou que, desde a consolidação legal do programa em 2020, já foram direcionados R$ 132 milhões a projetos aprovados. A meta é formar 2.500 projetistas até 2026, superando os números históricos da área.
Compromisso com o futuro
O evento reforçou o compromisso do MCTI com a consolidação de uma política de inovação robusta, transparente e orientada ao desenvolvimento nacional. A expectativa é que os impactos positivos dos PPIs se reflitam na economia, na ciência e na inclusão digital de forma duradoura.
